RelatosSabadoTarde

Relatos - Sábado 20/08/2011 - Manhã

Conversa sobre metodologia da parte da tarde

Como enfrentamos esses eixos:

  1. Modo de vida, arte/cultura/educação.
  2. Novas pedagogias.
  3. Economia criativa.
  4. Colaboração.
  5. Redes/governanças,

Proposta de se formar um grupo de discussao com o pessoal que esta no chat e ouvindo streaming.

  1. Economia Colaborativa, geraçao de renda, renda basica e gestao de tempo.
  2. Inovação e nova pedagogia, organizacao e tecnologias livres.

Grupos:

  1. (gus): http://piratepad.net/HBGfRpesaSsqK
  2. (elisa): http://piratepad.net/m3d9DvRU1d
  3. (Miguel): http://piratepad.net/QF1p51jbol
  4. (pessoal online): http://piratepad.net/OFaqaMI6FV

Grupo 2

Relato grupo 2

H

Renda cidada

Politicas de garantia minima de renda, de sobrevivencia, que libere a pessoa para a militancia.

Renda minima viria do Estado

Fla

Como seria a implementacao dessa renda minima, formas de atuacao para reivindicar essa renda minima

Logica de distribuicao, como aplicar isso numa esfera menor para testar como isso funcionaria.

P

Bolsa Familia - impulso capitalista

Renda direito social, programas assistencialistas fazem alguma diferenca.

Mercado paralelo nao capitalista.

Fla

A discussao sobre renda minima envolve a discussao sobre direitos basicos e tecnologias que ajudem a conquistar esses direitos.

P

Partido politico - militante profissional, reproducao da vida do militante dentro da proposta politica do partido. Partido = meio de vida - problema da militancia profissional

H

Marcha da Liberdade - discutiu-se o problema de como equacionar o tempo livre para a militancia versus tempo de trabalho.

Ro

Financiamento publico

O que eh possivel dentro dos territorios de tecnologias que te tragam para

Dani

A ideia do nosso coletivo e criar um movimento politico de carater territorial na periferia de SP. Comecei impulsionado pela questao da moradia mas acaba passando por todas as questoes da vida das pessoas la.

dificuldade de transporte na cidade, financiamento para questoes basicas do movimento (exemplo: ltransporte evar um grupo de pessoas da zona extremo sul pra camera no centro),. apesar de todas essas dificuldades discutimos que devemos encarar as questoes sobre financiamentos, que podem ser minadas por dentro tambe, dependendo de como vc faz uso do dinheiro.

Flavia

Vc ter que atravessar a cidade pra ter uma acao e nao ter a acao local, tem a ver com esse nosso jeito de viver. a nossa imaturidade de lidar com dinheiro, que existe uma imaturidade sobre pensar gestoes e de lidar com gestao financeira, apesar desses coletivos serem modos de experimentacao de outroa forma de ver o dinheiro e as relacoes comerciais. eu sugeriria que o dinheiro que circula, nao importa de que modo ele vem, a questao é a clareza que vc tem dessa circulacao e como inverter o gargalo, qual seria a forma genuina e colaborativa de gestao compartilhamento e economia. acho que temos que ir pra pratica. Sempre cada caso vai ter suas adaptacoes e necessidades locais. Entao acho que tem duas frentes, onde estou atuando e a partir de onde, e a outra e pensar em focar nisso, relacoes de dinheiro.

Elisa

Eu faco parte de grupos de idia alternativa e uma questao clara pra gente desde o inicio é que pra vc ser uma midia livre vc nao pode ter vinculo nnhumc om corporacoes ou com o estado. outra questao que aprendemos é a solidariedade, como vc pode se organizar em rede sem ter que depender de terceiros. Com o passar dos anos o que vimos com os financiamentos e que as relacoes com isso muda. nos nao vemos a radio muda fazendo uma festa pra arrecadar dnheiro pra radio do acre, por exemplo. agora no acre eles pedem dinheiro pra um ponto de cultura que tem financiamento do governo.

H

Eu acho que sao outros problemas e nao tanto a questao do recurso que tenha colaborado pra mudar as relacoes das pessoas. acho que tem um binomio ai que e a questao das identidade. se temos uma questao que é bem fechada, que nao articula com fora, temos ai um problema de renovacao, nao temos renovacao. ha 35 a gente tinha uma efervecencia de lutas praticas do cotidiano que conseguiram se articular e culminaram, [por exemplo, com a criacao do pt. dentro do projeto deles, depois de um ciclo, pode-se dizer que eles foram bem sucedidos. agora vejo oq ue emergindo agora, nesse novo processo, que talvez a gente nao consiga perceber?

Pedro

Hj as pessoas nao tem tempo. A gente pode ate resolver questao de estrutura, mas como vamos bancar o tempo das pessoas? Vc tem a gestao da infra-estrutura mas vc nao tem a gestao do tempo. Como agimos no nosso tempo livre, nos nao temos tempo livre. A militancia é uma relacao social e toda relacao e mediada pelo capital. exemplo: vc tem que pagar o seu transporte. Quem pode falar mais pelo telefone, aparece mais e tem mais poder dentro de uma organizacao. Ai nao existe a horizontalidade. Trabalhamos com o principio de minoria ativa. Eu tenho que trabalhar localmente, tenho que ir pra pqp, e ai as vezes eu sou militante vivendo no mundo da nao militancia.

Luciano

Sobre sindicatos, os trabalhadores nao tem a mesma percepcao sobre os sindicatos. Nao sei na militancia se as pessoas ainda estao em contato com esse guarda-chuva.

H

O que acho interessante recuperar da experiencia do indymedia é a experiencia dos principios, de ter uma rede distribuida. Acho que no FDE eles criaram um protocolo de acordo de cooperacao economica, acho que o indymedia tinha uma serie de protocolos sobre a organizacao que tambem era bem valida. Acho que hoje os grupos nao se reconhecem mais. Talvez tenha a ver com uma falta de projeto comum, esses grupos tem uma identidade tao fechada que um e incapaz de um acolher o outro.

Pedro

A primeira vez que eu entrei no fde eu pensei que era tudo o que eu queria ter num squat. caixa coletivo, etc. la o que conta e o lastro, a quantidade de coisas que voce faz. todos tem que trabalhar tem um programa, organotech,que contabiliza tudo o que vc faz, como se fosse uma tecnomeritocracia. pode ser uma resposta. mas é a resposta que a gente quer? na minha opiniao é um exercicio de controle muito grande.

Fabiano

Mas dessa forma a gente nao ta fortalecendo outra forma de relacao capitalista?

Flavia

No momento que vc quantifica seu trabalho vc comeca a dar valor pra ele e ai vc entra numa relacao igual a da estrutura capitalista. nessa negociacao de forcas e poder, vc esta defendendo quem e vc faz o que com isso? sera que se esta estimulando mais o capitalismo ou criando uma outra forma de relacao? o que fez o fde dar um start do primeiro ano, onde eles se reconheceram como rede, foi a sacada dessa quantificacao. entao no primeiro ano eles entenderam que o trabalho que eles tavam gerando eram de uma ordem muito maior do que eles tavam arrecadando. e ai eles sentam diretamento com o ministerio da cultura e, no momento que vc pode provar que vc movimento 25 milhoes de reais, vc tem uma forca enorme de negociacao.

Fabiano

Achoq ue ta claro que é issoq ue o capitalismo atual se alimenta. achoq ue o processo é muito mais complexo tambem. apropriacao de sonho de vida, possibilidade de mundo, o que esta sendo colonizado nesse momento sao coisas que antes nao tinhamos acesso. nossa conversa alimenta o mostro que estamos tentando domar. quanto maior nossa resistencia, maior a força deles.

Encaminhamentos

  1. Circulacao economica e acordos claros sobre gestao dos recursos
  2. O capitalismo, desde sempre, se alimenta daquilo que esta sendo produzido aqui
  3. Considerar a possibilidade de estarmos produzindo solucoes para a crise do capital
  4. Financiamento da infra-estrutura é mais facil que ficanciamento da gestao do tempo
  5. Estabelecer protocolos de cooperaçao pratica entre os grupos nos aspectos economicos, politico e organizacional
  6. abandonamos os sindicatos? vale pensar reaproximacoes

Grupo 3

Relatoria Grupo 3 (Miguel)

Bruno

Notei proximidade em algumas das nossas falas: centradas em questões mais práticas.

Fernão

Para mim as questões centrais foram o trabalho, e o Estado (disputá-lo, ou ele é parte do problema?).

Dedo

Estado pode ser "parte da solução" quando não estiver ajudando os banqueiros ou financiando os conflitos (e a repressão).

Bruno

O importante é estar "a frente" do Estado; ele sempre capturará alguns, mas que eles sejam a cauda do grupo, enquanto o resto já está mais adiante.

Pablo

À diferença do que ocorreu em outros países, a principal interface de captura de nós, militantes, foi mais o Estado que o mercado. É diferente; nos EUA e no RU, de alguma forma essas pessoas ajudaram a redefinir o mercado, deliberadamente ou não.

Ao mesmo tempo, deixar de lado o Estado é abdicar de um terço da riqueza nacional; riqueza que poderia financiar autonomia.

Sara

E aí entra a renda básica...

João

A questão na relação com o Estado é que formato que ela assume. Negociação "por cima", em mesa, ou formando um caldo para aumentar a pressão "por baixo"?

Bruno

Capitalismo verde vem dos movimentos ecológicos; é um exemplo dessa "captura da cauda". Talvez esteja ocorrendo o mesmo com o SL; não é bom ou ruim em si.

Fernão

Distinção Estado / mercado também é complicada. A discussão sobre disputa do Estado já estava presente nas discussões socialistas: alguns acham que socialismo real foi capitalismo de Estado, só de repartição da riqueza; a questão central, para mim, não é apenas a repartição, mas a produção, o modelo de desenvolvimento.

Estive no México recentemente e fiquei impressionado de como o Estado tem sido o inimigo das comunidades, juntamente com os narcos. Parece um movimento reverso, praticamente de eliminação do Estado, como na Somália.

João

A discussão de disputa do Estado me lembra bastante o discurso de parte do PT hoje, que diz que o governo é "de disputa", e vemos no que está dando.

Penso que precisamos pensar na construção de alternativas, mas evitando o isolamento das comunidades, e sim uma articulação mais ampla.

Bruno

Ser gay, maconheiro, feminista etc. é disputar o Estado, ainda que não seja de uma forma politicamente organizada.

Miguel

Acho que não dá para abandonar totalmente a distinção Estado / mercado. Será que o capitalismo verde é um ambientalismo que disputa o mercado?

Pablo

São estruturas codependentes, o Estado é face jurídica do mercado.

A minha questão mais clara é: baseando-se no nosso histórico passado (nós, militantes da cultura livre, mídia livre etc.), como manter outros tipos de relações estratégicas com o Estado que sejam emancipatórias? Pensando na captura / engajamento nossos a partir de 2001, para o MinC e o resto do governo.

Bruno

Exemplo do que estou pensando é o fime Milk: o imperativo proposto por ele era "Saia do armário!". E isso teve efeito incontrolável, inclusive sobre o Estado. Na cultura livre, não seria uma ideia fazermos algo parecido a partir da pirataria? Seja pirata, escancare isso -- festas de pirataria etc.

João

A origem dos males que estamos discutindo é o sistema de produção capitalista. Se os outros movimentos não se alinham de forma anticapitalista, eles poderão ser facilmente capturados. A luta anticapitalista é maior.

Sara

Como será que ocorreu essa cooptação, o que levou a isso? Pode ter sido escolha de subsistência, por exemplo?

Pablo

Acho que foi isso, mas também algo irrefletido. Até porque foi uma surpresa o Estado abraçar isso.

Fernão

Será que não é perigoso a gente seguir essa dinâmica de especialização? Não pode ser só anti-machista, mas também não pode ser só anti-capitalista...

Bruno

Na discussão de renda básica, é importante a incondicionalidade. Outra coisa interessante: a renda básica não "vem do Estado" -- ela vem da produção do comum, o Estado se apropria e organiza isso.

Pablo

Isso tem a ver com a mudança da natureza do capitalismo: o central agora é o conhecimento, que só é produzido no comum, mas apropriado no privado.

Taiguara

Eu aqui concordo mais com o Fernão. Não pode ser só uma via de mudança na distribuição, tem que ser também na organização da produção. Eu entendo os esforços dos movimentos de cultura digital para conseguir financiamento, e.g., mas acho que precisa ser visto como algo tático.

Pablo

Penso que a renda básica não é uma forma de redistribuição: é uma busca de autonomia. O capitalismo é uma máquina que não para, que não desliga por si só; a sociedade é duas vezes mais rica hoje do que 30 anos atrás, mas continuamos trabalhando cada vez mais.

Fernão

Planes na Argentina: infelizmente, foi só 0,5% que foi de fato uma reapropriação, ressignificação. Da mesma forma, o MST foi praticamente dissolvido pela Bolsa-Família. Não questiona o dinheiro... Além disso, vemos hoje as crises das finanças estatais: quem, aí, é que vai pagar a renda básica?

Bruno

Mercado financeiro não é totalmente imaterial e fictício: o que mais movimenta ele são os fundos de pensão.

Miguel

Penso que há um risco da renda básica servir para baratear os custos do capitalista,ou simplesmente para alimentar o mercado. Há um relato histórico (Speenhamland, no sec. XVIII) de uma forma de renda básica que fez isso e, em um período curto, havia mais fome do que antes. Uma alternativa seria, em paralelo, fomentar formas de produção de satisfação das necessidades que não seja mercantil.

Pablo

Isso talvez explica por que as grandes experiências de cooperativismo ocorrem nas periferias, onde não há uma dinâmica de competição pois não há geração de valor.

Bruno

As favelas geram valor, discordo -- é o que vemos na tal "nova classe C". E da mesma forma, o Bolsa-Família tem um aspecto político importante, que é o de dar mais poder para as classes baixas. Como ações, penso no "dia de sair do armário", versão pirataria.

Fernão

Nessa discussão, temos que tomar cuidado com posições que mantêm uma perspectiva individualista, que privilegie o consumo.

Pontos principais do debate online

Rafael: para mim, principais pontos que foram discutidos no chat são: questão de como lidar com o 'trabalho' e tempo livre, ou cultura e trabalho, renda e voluntariado, etc.

Rafael: daí seguimos numa discussão que mostra que é necessário incorporar as contradições do processo e não fugir delas, justamente não trabalhando com pares de opostos.

Rafael: ...mas que o trabalho deve ser criação, atividade, a cultura deve estar em tudo e encarar isso é ter uma produção e uma educação não técnicas

Rafael: voltando à sistematização que estava tentando fazer: na produção em rede, buscar formas menos alienadas operam num efeito cascata e é prejudicial ao processo tentar olhar tudo até o fim sem mexer no imediato. Teremos de lidar, por hora, com chips feitos na china para realizar uma programação livre...(mais ou menos pra caramba, dificil escrever assim)

Guile: todas as formas de trabalhar valem a pena, o principal é que nao seja trabalho alieando 16:42 Guile: unir as lutas e não fugir das contradições

Guile: renovar as lutas criativamente e com a crítica, e nao tentar preservar lutas passadas com isolamentos colombiano: estreitar os laços entre os movimentos 16:43 Guile: entre os movimentos e tb com os grupos populares que desejarem

movimento que se isola é derrotado, é preciso se unir em rede com outros movimentos, se envolver em processos mais amplos mas quando mais longe se vai nas alianças e no envolvimento... maior o risco de se acabar conectando a processos indesejaveis... muita gente ja passou pelo sentimento de ter se ligado a alguma instituição que via como progressista e depois se arrependeu de algum modo

Links

  1. Texto Tirania das Organizacoes Sem Estrutura
  2. Pirate Box.

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